A minha querida avó 🌼❤️

Não podia estar mais feliz por ter o privilégio de a minha avó, que me ajudou a criar, poder segurar ainda o meu filho nos seus braços.

Aqui fica um texto que escrevi sobre ela no dia em que fiz 30 anos:

Sílvia: Giji, este dia é o meu último na casa dos 20...! Acho que estou a ficar velha. 

Avó: Claro que não, pareces uma miudinha. Mas eu quando fiz 30 anos também disse ao avô que já estava velha! Que parvoíce! Que direi agora que tenho 85? Que sou um dinossauro? 

A minha avó foi sempre a minha melhor amiga. E sempre teve muita piada! 

Não tenho palavras para descrever o quanto gosto dela. Quando era adolescente tinha muito medo que ela morresse. Na verdade, fiz-lhe imensos funerais imaginários onde me via, nuns a chorar desalmada e em outros, que a dor nem me iria permitir chorar.

Quando mudei de casa, chorava durante a noite com saudades. Gostava tanto de dormir com ela. Ela era tão quentinha. Que injustiça, quilómetros terem de nos separar! 

O primeiro número de telefone que decorei e que ainda hoje sei de cor, apesar de já nem existir, foi o dela. Todos os dias lhe ligava, todos os dias tinha de a ouvir. Era como se ela fosse o meu oxigénio. E ela sempre me deu todo o tempo que lhe pedi, toda a atenção que eu lhe exigia. 

Obrigava-a a contar-me vezes sem fim as suas histórias, hoje admiro a sua imaginação para me entreter. 

Um dia, acusaram-na de só ter feito a sua obrigação de avó... Mas, ela foi muito mais que uma avó. Respondi a essa pessoa com as lágrimas nos olhos: "isso não é verdade! A avó não é só a avó... Ela é a avó melhor do mundo!"

Ela foi mãe, pai e ainda é a minha melhor amiga.

Mas hoje, já não lhe ligo todos os dias. Hoje, arrependo-me de já ser uma adulta, como os adultos são: ocupados. De já não depender dela para respirar. De já não pensar que amanhã pode não estar cá. E arrependo me todos os dias, de não concretizar o desejo de ter mais tempo para ela. Se parar, não imagino o que será viver sem saber que ela existe.

Mas, hoje é o dia em que vou mudar isso. 

Quem mais sente o mesmo pelos seus avós?